domingo, 2 de abril de 2017

Síndrome do nó doente - Você conhece?

O texto foi gentilmente escrito pela M.V. Rebecca Bastos, membro da equipe Goldfeder & dos Santos


Disfunção do Nó Sinusal é o nome dado a um problema na formação do impulso elétrico no coração de cães e humanos. A partir do momento em que o indivíduo passa a apresentar sintomas como desmaios e palpitações, a doença passa a ser chamada de Síndrome do Nó Doente.
O coração possui um sistema especializado de geração e condução do estímulo elétrico, composto por vários tecidos: o nodo sinoatrial, feixes de tecido internodal, o nodo atrioventricular, feixe de His e fibras de Purkinje. Esse sistema tem a capacidade de gerar impulsos ritmados que produzem a contração do músculo cardíaco.
            A Disfunção do Nó Sinusal ocorre quando o nodo sinoatrial, que em situações normais comanda o ritmo cardíaco e desencadeia o estímulo necessário para gerar os batimentos cardíacos, não consegue funcionar adequadamente. Nessas condições, a frequência cardíaca e o fornecimento de sangue para o corpo do animal podem ficar prejudicados.
Não se sabe com precisão quais são as causas dessa doença, mas acredita-se que vários fatores contribuam para seu surgimento. Na literatura alguns fatores já foram associados à Disfunção do Nó Sinusal, como: fibrose do tecido excitável, amiloidose, cardiomiopatias, isquemia, infarto, substituição do tecido por gordura, anomalias congênitas do coração, deficiência da artéria sinoatrial dentre outros.
Em cães, sabe-se que existe predisposição de indivíduos de meia idade a idosos, principalmente fêmeas da raça Schnauzer. Outras raças também apresentam predisposição, tais como Dachshund, West Highland White Terrier, Cocker Spaniel e Pug. Devido a presença de predileção racial marcante nessa síndrome, suspeita-se que haja um componente genético envolvido, mas devido à baixa prevalência da afecção, não existem estudos que comprovem tal hipótese.
Os animais afetados podem apresentar intolerância ao exercício, cansaço fácil, pré-síncope e síncope (desmaios). A presença desse distúrbio de ritmo pode também causar piora de afecções concomitantes como a insuficiência cardíaca congestiva, comum em cães de meia idade a idosos de raças pequenas.
O diagnóstico da Disfunção do Nó Sinusal e da Síndrome do Nó Doente pode ser feito através da avaliação do médico veterinário e de exames complementares como eletrocardiografia e eletrocardiografia ambulatorial 24-horas (Holter).
O tratamento dessas afecções depende do estágio da doença e das manifestações clínicas do animal, mas existem casos em que a colocação de marcapasso torna-se necessária.