O texto foi gentilmente escrito pela M.V. Rebecca Bastos, membro da equipe Goldfeder & dos Santos
Disfunção do Nó Sinusal é o nome
dado a um problema na formação do impulso elétrico no coração de cães e
humanos. A partir do momento em que o indivíduo passa a apresentar sintomas
como desmaios e palpitações, a doença passa a ser chamada de Síndrome do Nó
Doente.
O coração possui um sistema
especializado de geração e condução do estímulo elétrico, composto por vários
tecidos: o nodo sinoatrial, feixes de tecido internodal, o nodo
atrioventricular, feixe de His e fibras de Purkinje. Esse sistema tem a capacidade
de gerar impulsos ritmados que produzem a contração do músculo cardíaco.
A Disfunção
do Nó Sinusal ocorre quando o nodo sinoatrial, que em situações normais comanda
o ritmo cardíaco e desencadeia o estímulo necessário para gerar os batimentos cardíacos,
não consegue funcionar adequadamente. Nessas condições, a frequência cardíaca e
o fornecimento de sangue para o corpo do animal podem ficar prejudicados.
Não se sabe com precisão quais são as causas
dessa doença, mas acredita-se que vários fatores contribuam para seu surgimento.
Na literatura alguns fatores já foram associados à Disfunção do Nó Sinusal,
como: fibrose do tecido excitável, amiloidose, cardiomiopatias, isquemia,
infarto, substituição do tecido por gordura, anomalias congênitas do coração,
deficiência da artéria sinoatrial dentre outros.
Em cães, sabe-se que existe predisposição de
indivíduos de meia idade a idosos, principalmente fêmeas da raça Schnauzer.
Outras raças também apresentam predisposição, tais como Dachshund, West Highland
White Terrier, Cocker Spaniel e Pug. Devido a presença de predileção racial
marcante nessa síndrome, suspeita-se que haja um componente genético envolvido,
mas devido à baixa prevalência da afecção, não existem estudos que comprovem
tal hipótese.
Os animais afetados podem apresentar intolerância
ao exercício, cansaço fácil, pré-síncope e síncope (desmaios). A presença desse
distúrbio de ritmo pode também causar piora de afecções concomitantes como a
insuficiência cardíaca congestiva, comum em cães de meia idade a idosos de
raças pequenas.
O diagnóstico da Disfunção do Nó
Sinusal e da Síndrome do Nó Doente pode ser feito através da avaliação do
médico veterinário e de exames complementares como eletrocardiografia e
eletrocardiografia ambulatorial 24-horas (Holter).
O tratamento dessas afecções
depende do estágio da doença e das manifestações clínicas do animal, mas
existem casos em que a colocação de marcapasso torna-se necessária.